sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Dengue

 


Conhecida também como Febre Quebra-Ossos, o Dengue é parte de um grupo de doenças chamadas arboviroses, causadas por vírus transmitidos por artrópodes, mosquitos, em nosso país, o Aedes aegypti.

Seus principais sintomas são febre elevada, dores musculares, dor atrás dos olhos e prostração, além de vermelhidão na pele e sangramentos diversos, cuja gravidade pode advir após o período de acalmia da febre, a depender do estado do indivíduo, determinando maior gravidade. Todos os sistemas podem ser acometidos, com vômitos incoercíveis, dificuldade respiratória, sangramento ou perdas líquidas intensas, danos renais.

Sua sazonalidade varia em geral de outubro à maio do ano seguinte, sendo os principais momentos de controle preventivo, os anteriores à sazonalidade. Hahnemann, no Organon da Arte de Curar, descreveu causas intrínsecas e extrínsecas as quais o médico deve se atentar e afastá-la: desvios higiênicos, dietéticos, condições insalubres, etc. O Dengue está associado com esta última, e atitudes sócio-educativas que auxiliem na sua prevenção, tais como controle do vetor evitando água parada, melhoria de condições sanitárias, uso de telas, desobstrução de lajes e uso de repelentes, por exemplo, são de grande valia. Hahnemann assim mostrou, de acordo com nota do parágrafo 7 no referido livro, a importância da tomada de atitude para afastar a causa ocasionalis de doenças: "o médico inteligente primeiro afasta a causa".

A vacina está disponível a partir de fevereiro (2024), de acordo com o Ministério da Saúde, entretanto não em todos as regiões ainda; O mesmo informa também que o controle do vetor é o principal método preventivo. 

O esteio do tratamento é reposição de líquidos e suporte antifebril conforme necessidade, evitando anti-inflamatórios não-esteroidais, que podem estar associados à piora de sangramento pela trombocitopenia ocasionada: ibuprofeno, nimesulida, diclofenaco, cetoprofeno, por exemplo. Na Homeopatia, também podemos utilizar medicamentos visando o equilíbrio da Vitalidade (autorregulação), bem como auxílio preventivo, entre os principais: Eupatorium perfoliatum, Phosphorus, China officinalis e Crotalus horridus, a depender da avaliação individual.

Estudo prospectivo utilizando o medicamento Eupatorium perfoliatum 30CH como preventivo ao Dengue, bem como outro grupo controle, em 40mil participantes, realizado em Delhi, referenciado abaixo, por Nayak et al, de 2023, demonstrou que houve resposta significativa na prevenção sob uso do homeopático dinamizado (IC 95%, p=0.0001).

Atente-se e cuide de sua Saúde, procure seu médico!


Referências:

1. Nayak D, Bhalla R, Bhalerao R, Kaur L, Gupta A, Dev V, Singh S, Khurana A, Manchanda RK. Effectiveness of Eupatorium perfoliatum 30C in Prevention of Dengue Fever and Acute Febrile Illness during 2017 Dengue Outbreak in Urban Slums of Delhi: A Prospective, Open-Label, Community-Based, Parallel Cohort Study. Complement Med Res. 2023;30(6):471-480. English. doi: 10.1159/000534461. Epub 2023 Nov 10. PMID: 37952513.

2. Kularatne SA, Dalugama C. Dengue infection: Global importance, immunopathology and management. Clin Med (Lond). 2022 Jan;22(1):9-13. doi: 10.7861/clinmed.2021-0791. PMID: 35078789; PMCID: PMC8813012.

3. BRASIL. Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dengue. Acesso em: 09/02/2024.

4. HAHNEMANN, S. – Organon Da Arte De Curar. Tradução para o Português da 6ª Ed. alemã. S. Paulo: G.E.H Benoit Mure, 2007.

domingo, 28 de maio de 2023

Filosofando: A Cultura do Adoecimento

 A Cultura do Adoecimento


Tenho Febre! Qual Remédio? Tenho Dor, qual Remédio? Tenho Vômitos, qual Remédio? 

Tenho Alergia, qual Remédio? Tenho Ansiedade e Depressão, qual Remédio?

Em nossa época, com os avanços médicos, acabamos sempre buscando um método de alívio o mais imediato possível para todo e qualquer problema, no âmbito da saúde, e acabamos, por vezes, esquecendo de buscar as razões mais íntimas que nos levaram a determinada Doença. É assim que, dado o crescimento científico e tecnológico atual, simplesmente renegamos de buscar o conhecimento de nós mesmos, dos nossos valores e o Porquê de aqui estarmos e Como estamos.

Chegamos então ao médico, pedindo ou exigindo exames dos mais diversos, junto ao medicamento próprio para aquela afecção, sem nos responsabilizarmos pelos atos de fuga de nossa própria realidade - assim postergando a nossa missão, as razões pelas quais estamos, e principalmente, Somos. 

Terminamos buscando sempre uma Doença, uma Morbidade, e por conseguinte um medicamento capaz de abafar ou subjugar aquele sintoma, sem que o estado o qual veio a produzir alterações em nós, tenha melhorado. E então a Doença se torna culpada, de certa forma, nos fazendo fugir de nossa própria responsabilidade perante o próximo e em relação a Nós Mesmos.

Mas a Natureza e a Consciência, novamente, em nós mesmos, é inexorável: por mais que busquemos a fuga, os artifícios de contra-regulação do Sistema, por vezes dolorosos, quanto maior for a nossa teimosia, nos fazem voltar de novo o pensamento para esse "eu interior" ou mais além - seja a febre, a dor, a alergia ou os distúrbios da psiquê. Nenhuma outra situação é tão sincera, nenhum amigo é tão honesto, quanto a própria Natureza: ela diz claramente a verdade sobre nós, com os SINTOMAS. Se a nossa consciência está desequilibrada, o fato cada vez mais se torna patente, por meio destes mesmos sintomas. E isto também se dá em constância coletiva, por vezes com epidemias.

Não queremos dizer aqui que não devemos tratar dos sintomas e das síndromes; devemos sim, sem dúvida! Porém, buscando também o nosso Caminho. Todo conflito pelo qual passamos, pode nos ensinar a enfrentar com mais confiança e maior assertiva os conflitos prosseguintes e em geral. Como dizia Hipócrates: "Não há doenças, há doentes". Quando doentes, busquemos quais as razões, em consciência, de hoje assim nos encontrarmos? E se pudermos fazer da Doença, o ponto determinante que nos fará melhores?

Pois que, a resposta, nos fará seguir adiante, cumprindo com os Altos Fins de Nossa Existência.


Bibliografia sugerida:

- Dethlefsen T, Dahlke R. A Doença Como Caminho: uma visão nova da Cura como ponto de mutação em que um mal se deixa transformar em bem. São Paulo: Cultrix, 2007.

Hahnemann S. Organon da Arte de Curar. Traduzido da 6ª edição Alemã. São Paulo: GEHSP “Benoit Mure”; 2013.

- Carillo Junior, R. O milagre da imperfeição: vida, saúde e doença numa visão sistêmica. São Paulo: Cultrix, 2008.

- Aforismos de Hipócrates. Comentários: BruniniCarlos. São Paulo; Typus; 1998.

domingo, 23 de abril de 2023

HOMEOPATIA EM LEUCEMIA: ANÁLISE DE CASO



Artigo publicado no 84ºvolume da Revista de Homeopatia, nº1, 2023, mostra o uso de Homeopatia em menina em tratamento paliativo de Leucemia, mostrando que a Homeopatia pode ser usada nesses casos.

O relato trata-se de paciente escolar, a qual vinha em tratamento para leucemia de baixo risco, controlada, quando após episódio traumático emocional agudo em domicílio  (perda da avó) teve recrudescência da doença. Desde então sob múltiplas terapias com quimioterapia e imunoterapia, sem resultado. Após um ano em tratamento, já internada e sem poder deambular, com dor e febre, foi colocada em tratamento paliativo exclusivo.

Neste momento, a Homeopatia foi utilizada, o que permitiu paulatino controle febril, a criança recuperou atividade motora e obteve resolução do trauma emocional associado a perda de ente querido - avó. Obteve após, passamento suave.

A Homeopatia também pode ser utilizada em casos paliativos de Câncer em crinaças, e pode demonstrar benefícios.

Referência: 
de Oliveira, Bruno Coutinho. Homeopatia em Leucemia Linfoide Aguda Infantil: A Propósito de um Caso Paliativo. São Paulo, Rev Homeop. vol 84 n1, 2023. 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Periodontite em Diabéticos do tipo II: Uso de Homeopatia



 A Periodontite crônica é uma doença inflamatória destrutiva dos tecidos de suporte dos dentes, e quando associado ao Diabetes Mellitus (DM, ou Tipo II), doença caracterizada pela hiperglicemia (aumento do açúcar no sangue), uma pode facilitar os danos da outra, levando a um ciclo mórbido sistêmico.

A Homeopatia, capaz de reequilibrar a vitalidade do organismo, baseada na Lei da Similitude, pode ser benéfica em pacientes que sofrem de tais distúrbios. A fim de avaliar a hipótese, um estudo randomizado e duplo-cego foi feito com oitenta pacientes selecionados, com DM e periodontite crônica, do Instituto de Diabetes e Endocrinologia do Rio de Janeiro. Os 80 indivíduos foram divididos em dois grupos: teste e controle.

Todos os indivíduos fizeram acompanhamento convencional com visitas regulares, sendo o grupo teste submetido a uso de medicamentos homeopáticos. Ambos os grupos mostraram melhoras signficativas no decorrer de um ano, entretanto o grupo Homeopatia apresentou um ganho significativo de parâmetros clínicos aos 1 e 12 meses, incluindo redução adicional de níveis glicêmicos. 

O estudo conclui que a Homeopatia pode promover saúde, como suplementar ao tratamento de DM com periodontite.

Referência: Mourão L, Carillo R Jr, Linares SM, Canabarro A, Fischer RG. Homeopathy and Periodontal Treatment in Type II Diabetic Patients: a 1-Year Randomized Clinical Trial. Braz Dent J. 2019 Mar-Apr;30(2):139-145. doi: 10.1590/0103-6440201902124. Epub 2019 Apr 4.

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Homeopatia e Cefaléia (Dor de cabeça)


 Cefaléia de tensão,a  cefaléia tensional, é uma síndrome comum de dor de cabeça, para a qual vários antiinflamatórios são usados. Casos de cronicidade, que se prolongam no tempo, têm maior dificuldade de controle e resposta clínica.


Estudo simples-cego e randomizado foi realizado por Sharma N et al, sob efeitos e eficácia da Homeopatia em cefaléia tensional, com 127 participantes, portadores de cefaleia crônica tensional, divididos em grupos para uso de Homeopatia ou cuidados usuais. Os indivíduos foram acompanhados por um total de 29 semanas, e a frequência e intensidade da cefaléia foi menor no grupo Homeopatia do que no controle, no momento da intervenção (p<0.05) e também no seguimento (p<0.001). 


O estudo indica que a Homeopatia poderia ser utilizada para pacientes com cefaléia crônica tensional.




Sharma N, Ameta A, Sharma S. Effect of homeopathy on chronic tension-type headache: a pragmatic, randomised controlled single blind trial. J Headache Pain. 2013;14(Suppl 1):P56. doi: 10.1186/1129-2377-14-S1-P56. Epub 2013 Feb 21. PMCID: PMC3620378.


quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

HOMEOPATIA NO AUTISMO



 

Dentro dos Transtornos do Desenvolvimento, destaca-se o Autismo, ou o Transtorno do Espectro Autista (TEA), para o qual a Homeopatia também pode ser usada como tratamento auxiliar. Apresentamos breve resumo de relato de caso da atuação homeopática frente ao referido transtorno. 

    Contextualizando brevemente, o TEA atualmente é entendido como um transtorno de transição gradual cujas bases estão em deficiências na comunicação social e comportamentos restritos e repetitivos. Tratamentos psicofarmacológicos têm resultados desapontadores, e os prejuízos permanecem. O tratamento homeopático, com a visão da totalidade sintomática e não apenas patológica, pode auxiliar na condução do distúrbio.

    O Artigo em questão relata a trajetória de um menino de 11 anos, que começou a falar com 2 anos e meio, mas depois parou de falar até os 4 anos. Não olhava para a mãe durante amamentação. Apresentava estereotipias, “flapping” de mãos,  gritava sem causa aparente e puxava os cabelos das demais crianças. Fazia então uso do medicamento risperidona. Contudo ainda apresentando muitas crises de irritabilidade, motivando consulta com Médico Homeopata. Diante da prescrição do medicamento homeopático, notou-se progressiva melhora das crises, permanecendo mais calmo e ainda, atento.

    A Homeopatia, como proposta terapêutica coadjuvante, pode acrescentar segurança, eficácia e eficiência à medicina convencional, contribuindo para um tratamento focado no paciente e não somente no quadro patológico. No caso relatado, demonstrou-se que houve sucesso no tratamento e acompanhamento deste petiz com TEA. 


Referência:

Ueda M. Transtorno do Espectro Autista (TEA): Relato de Caso de uma Criança Autista com Tratamento Homeopático. São Paulo: Associação Paulista de Homeopatia. Monografia, 2020.



sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Homeopatia na Agricultura I



A Homeopatia não somente é utilizada amplamente na Medicina, na Odontologia e na Medicina Veterinária, como também vem sendo utilizada, nos últimos anos, na agricultura.

Vários estudos têm sido realizados em pesquisas do uso do medicamento dinamizado homeopático em práticas de agricultura, visando o entendimento do seu modo de ação, o modo de terapia e comparações com placebo. Esses estudos permitiram ampliar os horizontes para a prática da indústria em Agricultura Homeopática. 

Um estudo apresentado em conferência em Verona (Novosadyuk et al., 2015), discutiu a eficácia de várias medicações homeopáticas e os estudos já realizados. As medicações foram avaliadas quanto ao seu uso, por exemplo, no crescimento de plantas, por meio de diversas técnicas de aplicação: seja regando, seja por meio de pulverização, ou embebidas em algum agente, seja por aspersão e outras. A dinâmica de crescimento, a duração do amadurecimento dos frutos, o rendimento da colheita foram monitorados e comparados com plantas de referência. As preparações homeopáticas foram cuidadosamente selecionadas com base em seu efeito sobre a produtividade da cultura - sendo este o principal critério para a seleção. 

Alguns resultados evidenciaram modos de prescrição e momentos para a prescrição durante as estações do ano, ou baseados no tipo de planta. Ainda, os estudos realizados mostraram que os indicadores de crescimento e maturação foram maiores em hortaliças tratadas com preparações homeopáticas, quando comparadas com formas tradicionais de tratamento das plantas (estudos de grupo-controle).

Tais estudos, em conjunto, trouxeram alguns esclarecimentos, como o efeito dos preparados homeopáticos em estruturas biológicas não ser decorrente de placebo, com maior rendimento do preparo homeopático em lavouras, mostrando potencial para uso em escala industrial. Finalmente, os autores concluem que o potencial do que descrevem como "fenômeno homeopático" não foi totalmente explorado ainda, sendo necessários maiores estudos na área agrícola.


Referência:

NovosadyukT, TsvetkovaV, KomissarenkoA. The Potential of Homeopathic Phenomenon in Plant Growth. Proceedings of the XXIX GIRI Meeting; 2015 June 3 –5; Verona (Italy). Int J High Dilution Res.2015; 14(2): 11-12

Dengue

  Conhecida também como Febre Quebra-Ossos, o Dengue é parte de um grupo de doenças chamadas arboviroses, causadas por vírus transmitidos po...