A Cultura do Adoecimento
Tenho Febre! Qual Remédio? Tenho Dor, qual Remédio? Tenho Vômitos, qual Remédio?
Tenho Alergia, qual Remédio? Tenho Ansiedade e Depressão, qual Remédio?
Em nossa época, com os avanços médicos, acabamos sempre buscando um método de alívio o mais imediato possível para todo e qualquer problema, no âmbito da saúde, e acabamos, por vezes, esquecendo de buscar as razões mais íntimas que nos levaram a determinada Doença. É assim que, dado o crescimento científico e tecnológico atual, simplesmente renegamos de buscar o conhecimento de nós mesmos, dos nossos valores e o Porquê de aqui estarmos e Como estamos.
Chegamos então ao médico, pedindo ou exigindo exames dos mais diversos, junto ao medicamento próprio para aquela afecção, sem nos responsabilizarmos pelos atos de fuga de nossa própria realidade - assim postergando a nossa missão, as razões pelas quais estamos, e principalmente, Somos.
Terminamos buscando sempre uma Doença, uma Morbidade, e por conseguinte um medicamento capaz de abafar ou subjugar aquele sintoma, sem que o estado o qual veio a produzir alterações em nós, tenha melhorado. E então a Doença se torna culpada, de certa forma, nos fazendo fugir de nossa própria responsabilidade perante o próximo e em relação a Nós Mesmos.
Mas a Natureza e a Consciência, novamente, em nós mesmos, é inexorável: por mais que busquemos a fuga, os artifícios de contra-regulação do Sistema, por vezes dolorosos, quanto maior for a nossa teimosia, nos fazem voltar de novo o pensamento para esse "eu interior" ou mais além - seja a febre, a dor, a alergia ou os distúrbios da psiquê. Nenhuma outra situação é tão sincera, nenhum amigo é tão honesto, quanto a própria Natureza: ela diz claramente a verdade sobre nós, com os SINTOMAS. Se a nossa consciência está desequilibrada, o fato cada vez mais se torna patente, por meio destes mesmos sintomas. E isto também se dá em constância coletiva, por vezes com epidemias.
Não queremos dizer aqui que não devemos tratar dos sintomas e das síndromes; devemos sim, sem dúvida! Porém, buscando também o nosso Caminho. Todo conflito pelo qual passamos, pode nos ensinar a enfrentar com mais confiança e maior assertiva os conflitos prosseguintes e em geral. Como dizia Hipócrates: "Não há doenças, há doentes". Quando doentes, busquemos quais as razões, em consciência, de hoje assim nos encontrarmos? E se pudermos fazer da Doença, o ponto determinante que nos fará melhores?
Pois que, a resposta, nos fará seguir adiante, cumprindo com os Altos Fins de Nossa Existência.
Bibliografia sugerida:
- Dethlefsen T, Dahlke R. A Doença Como Caminho: uma visão nova da Cura como ponto de mutação em que um mal se deixa transformar em bem. São Paulo: Cultrix, 2007.
- Hahnemann S. Organon da Arte de Curar. Traduzido da 6ª edição Alemã. São Paulo: GEHSP “Benoit Mure”; 2013.
- Carillo Junior, R. O milagre da imperfeição: vida, saúde e doença numa visão sistêmica. São Paulo: Cultrix, 2008.
- Aforismos de Hipócrates. Comentários: Brunini, Carlos. São Paulo; Typus; 1998.
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