segunda-feira, 3 de maio de 2021

COVID-19 e remissão de Linfoma

 


Recentemente, uma publicação na revista britânica de Hematologia chamou a atenção de pesquisadores no mundo todo, porém ainda assim, com repercussão midiática pífia. Trata-se da remissão clínica de Linfoma de Hodgkin, após infecção pelo SARS-CoV-2 (1).

O breve relato, que pode ser encontrado na íntegra devido a ser referente à COVID-19, descreve um caso de idoso de 61 anos, portador de nefropatia por IgA em hemodiálise, diagnosticado com LH, associado ao vírus Epstein-Barr (EBV), estadio III (captação positiva superior e inferior ao diafragma em PET-scan). Pouco após o diagnóstico, evoluiu com dispnéia e sibilância, sendo diagnosticado com pneumonia por COVID. O paciente permaneceu internado em observação por 11 dias, com tratamento de suporte, sem, contudo, uso de imunoterapia ou corticosteróides. Dentro de 4 meses, a linfadenopatia palpável havia reduzido e um novo PET-scan revelou resolução abrangente, além do título viral de EBV ter reduzido em mais de um log (1). 

Os autores do relato têm por hipótese que a infecção pelo COVID foi o gatilho para uma resposta anti-tumoral, como uma reatividade cruzada de células-T antígeno-específicas e células NK ativadas pela inflamação (1).

Fenômenos similares já foram vistos anteriormente, conforme referenciado no próprio artigo (remissão de linfoma de grandes células B após infecções [2]), e também ao longo da história, em situações e doenças diferentes (3,4). A Lei de Cura pela Semelhança, ou similia simillibus curentur, notada por Hipócrates, foi interpretada e desenvolvida por Hahnemann (3,4), na Ciência da Homeopatia. O enunciado do princípio de Similitude infere que pode-se curar uma doença por remédios que provocam no indivíduo sadio sintomas análogos àqueles da doença. Hahnemann esclarece, ainda, que a doença natural, sendo mais fraca que a artificial semelhante, se extingue (parágrafos 29 e 45 do Organon [4]). O mesmo é observado para uma nova doença natural semelhante à primeira em sintomatologia, havendo aniquilação mútua das duas enfermidades (4).

Expondo os fatos, sem opinião, buscamos apenas igualmente estudar mecanismos de retorno à saúde à visão homeopática.

Referências:

1. Challenor, S. and Tucker, D. (2021), SARS‐CoV‐2‐induced remission of Hodgkin lymphoma. Br J Haematol, 192: 415-415. https://doi.org/10.1111/bjh.17116

2. Buckner TW, Dunphy C, Fedoriw YD, van Deventer HW, Foster MC, Richards KL, et al. Complete spontaneous remission of diffuse large B‐cell lymphoma of the maxillary sinus after concurrent infections. Clinical Lymphoma, Myeloma & Leukemia. 2012; 12: 455– 8.

3. Romanach AK. Esboço Histórico sobre a “Lei do Semelhante", Fundamento da Homeopatia. Rev Med, out 1981; vol 63, n 1 e 2, p 16-19

4. Hahnemann S. Organon da Arte de Curar. Tradução da 6ª Edição alemã. GEHSP Benoit Mure; 5ª Edição Brasileira, 2013.

2 comentários:

  1. O QUE DIZER DISSO?
    Uma revista científica de alto impacto, britânica (com todo o rigor que lhes é caracteristico), de especialidade hematologica, demonstrando pela evidência científica aquilo que já é matéria de estudo pela Homeopatia...
    Olha a beleza da ciência: alopatia e homeopatia de mãos dadas em prol do paciente... ISSO SIM É MEDICINA!

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  2. Apesar de ser um breve relato, o fenômeno de sobreposição de doenças com alteração vital similar e extinção homeopatica das mesmas, ja é estudado por Homeopatas desde Hahnemann. São necessários mais estudos com certeza.

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