A amigdalite constitui uma inflamação infecciosa aguda das tonsilas palatinas, sendo alvo constante de antibioticoterapia, por vezes recorrente, além de procedimentos cirúrgicos (amigdalectomia) visando a redução dos ataques. As amigdalites recorrentes são queixas encontradas com frequencia na pediatria, havendo uma época (primeira metade do século passado) em que a cirurgia era indicada para quase todas as crianças. No entanto, em meados da década de 60, estudos mostraram a ineficácia da conduta em muitos casos.
A Homeopatia também é utilizada no tratamento e controle das amigdalites de repetição em pediatria. Fazemos aqui um breve resumo de estudo duplo-cego, realizado na UNIFESP e Hospital São Paulo, com 40 indivíduos de 3 a 7 anos, apresentando o diagnóstico em questão, sendo randomizados para um grupo em uso de placebo e outro com uso de medicação (metade dos pacientes para cada grupo). Dessa amostragem total, houveram 7 desistências, sendo 5 do grupo placebo. Os pacientes foram submetidos a tratamento e acompanhamento para efeitos do estudo, por 4 meses. O pesquisador e o paciente não sabiam se o medicamento ministrado era placebo ou homeopático.
A análise estatística mostrou, no grupo Medicação (n=18): 14 pacientes não apresentaram amigdalite e 4 apresentaram (respectivamente 78% e 22%, valor p=0,015); e no grupo Placebo (n=15): 10 pacientes apresentaram amigdalite e 5 não apresentaram (respectivamente, 67% e 33%, valor p=0,015). A análise favoreceu significativamente o grupo Medicação, tendo os autores concluído pela eficácia da Homeopatia, a qual removeu 14 crianças da indicação de cirurgia.
A homeopatia pode ser usada como alternativa nas amigdalites recorrentes, reduzindo tempo de antibioticoterapia e procedimentos cirúrgicos. Ainda, os autores lembram que não houve efeitos adversos com o tratamento homeopático.
Referência:
Furuta SE, Wecks LM, Figueiredo CR. Tratamento Homeopático da Amigdalite Recorrente em Crianças: um Estudo Randomizado Controlado. Revista de Homeopatia: São Paulo, 2007;70:21-26. Republicação: Rev. Homeopatia, São Paulo; 80(1/2): 164-173, 2017.
Excelente trabalho!
ResponderExcluirExcelente trabalho!
ResponderExcluirÉ mesmo. Os autores conseguiram vencer uma serie de barreiras para realizar o estudo, o que demosntrou bom resultado, e incita novos, com questoes de diferentes posologias, medicamentos tais para tal acometimento diatesico ou miasmatico, com outras populações e mais indivíduos. Parabéns aos autores.
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