Mahesh S et al. Homeopathic Treatment of Vitiligo: A Report of Fourteen Cases. Am J Case Rep 2017;18: 1276-1283. Figura evidenciando vitiligo antes (A,B) e durante tratamento homeopático (C,D). Encontra-se em:
O Vitiligo é
uma desordem de pigmentação da pele na qual as células produtoras de pigmento,
os melanócitos, ou são destruídos ou têm baixa funcionalidade, por diferentes
razões1,2, conforme referido no último post neste sítio.
Múltiplos
fatores podem contribuir para a manifestação do vitiligo, como os fatores
genéticos e de herança familiar (também discutido no último post, e em conjunto
com um comentário de Hahnemann acerca do miasma hereditário3),
nutricionais, hormonais, emocionais e físicos1. Carillo Jr
desenvolveu a explanação do miasma psórico (ou diátese) com base na auto- e hetero-intoxicações
crônicas, quais sejam, verbi gratia, sedentarismo
e alimentação inadequada, excesso de álcool, paixões desregradas, emoções
persistentes e ainda a biotipologia agravante4, o que vem igualmente
a corroborar com os achados sob a gênese do vitiligo na medicina atual. Ainda,
no estudo diatésico, o mesmo autor vem a acrescentar que fatores inflamatórios
sub-agudos ou crônicos determinam processo irritativo com ulcerações e
escleroses, processo característico da diátese sifilínica (tríade
fisiopatológica: irritação, ulceração e esclerose)4, fenômenos que
podem ser encontrados no estudo da gênese do vitiligo com a desordem de
melanócitos (teorias citotóxicas, neurais, genéticas, que sugerem a
auto-destruição de melanóticos)1.
No último post, mostramos uma série de casos de tratamento de vitiligo com Homeopatia2, para um dos quais reproduzimos a imagem acima, por Mahesh S et al. Agora trazemos um estudo para discutir os efeitos da medicação ultra-diluída homeopática in vitro, mostrando ensaios laboratoriais com Homeopatia. Munshi R et al.1, analisaram os efeitos de 4 substâncias ultra-diluídas: peróxido de hidrogênio (HP), ácido Kojic (KA), 6-Biopterina (BP) e hormônio α-estimulador de melanócitos (NLEα). Os três primeiros sabidamente exibem atividade melano-destrutiva, sendo o KA inibidor da atividade da tirosinase, enzima essencial para a produção de melanina, e assim foram escolhidos segundo a Lei dos Semelhantes3. O quarto componente, o NLEα, é um estimulador de melanócitos.
As
substâncias foram ultra-diluídas segundo a escala centesimal até 30CH, aplicadas
em meios de cultura celular, tratados adequadamente, e ainda foram estabelecidos
controles: dois com álcool e um sem tratamento de cultura celular, prosseguindo
análise estatística com valor p significativo
a partir de <0,05. Os resultados foram avaliados e comparados para cada
grupo nos intervalos de 48 e 96 horas de incubação1.
Em 48 horas:
os preparados homeopáticos não evidenciaram efeito citotóxico e o conteúdo de
melanina foi significativamente maior para NLE (p=0,015) e HP (p=0,039), quando
comparado aos controles. Já em 96 horas: não houve efeito citotóxico, não houve
mudança no conteúdo de melanina. No estudo, os preparados demonstraram inibição
de tirosinase similar (em média 20%, incluindo os controles, com KA 41%)1.
Na discussão,
os autores lembram que medicações potencializadas a 30CH são questionadas nos
efeitos biológicos; no entanto, o estudo evidenciou efeitos melanogênicos em
dois preparados homeopáticos (NLE e HP) potencializados, ainda que o mecanismo para
NLE não seja totalmente de acordo com a similitude fisiopatológica.
Um pequeno
estudo, mostrando mudanças também in
vitro de medicações dinamizadas.
Referências:
1.
Munshi R, Joshi S, Talele G, Shah R. An In-Vitro Assay
Estimating Changes in Melanin Content of Melanoma Cells due to Ultra-Dilute,
Potentized Preparations. Homeopathy. 2019 Aug;108(3):183-187.
2.
Mahesh S, Mallappa
M, Tsintzas D, Vithoulkas G. Homeopathic Treatment of Vitiligo: A Report of
Fourteen Cases. Am J Case Rep 2017;18: 1276-1283.
3.
Hahnemann S.
Organon da Arte de Curar. Tradução da 6ª Edição alemã. GEHSP Benoit Mure; 5ª
Edição Brasileira, 2013.
4.
Carillo Jr R.
Fundamentos de Homeopatia Constitucional. Morfologia, Fisiologia e
Fisiopatologia Aplicadas à Clínica. Livraria Santos, 1997.
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